No dia 9 de novembro comemorou-se 20 anos da queda do muro de Berlim. Não foi apenas um movimento físico, mas a coroação de lutas em defesa da liberdade e da democracia. A sua construção foi o símbolo da Guerra Fria que se arrastou por anos depois do término da Segunda Guerra Mundial. As duas grandes potências de então, Estados Unidos e Rússia, se digladiavam cada uma querendo estender sua influência sobre partes do mundo. Era a democracia contra o totalitarismo. O desenvolvimento entre as duas áreas tornou-se bastante desigual O contraste era evidente. Enquanto em Berlim ocidental vivia-se já uma vida de alegria, com belo comércio e distrações, a parte oriental, debaixo de cruel ditadura, apresentava aspecto lriste O povo cabisbaixo. Até as construções eram maciças e pesadas, marcos da era comunista. Pouco comércio. Em 1989, na própria Rússia, já se prenunciava a desintegração do bloco soviético. Gorbatchov tinha assumido o poder e lançado a Perestroika (reformas) e a Glasnost (abertura). As repúblicas soviéticas começavam seus movimentos de independência. Na Hungria, a própria fronteira com a Áustria tinha sido aberta com a destruição da cerca de arame farpado que tentava impedir a fuga para o ocidente. Por ali passavam diariamente centenas de berlinenses que procuravam fugir da tirania da ocupação comunista. A construção do muro foi o ápice da Guerra Fria. Reagan de um lado com seu programa Guerra nas Estrelas encurralou a União Soviética que, já com a sua economia combalida pela ineficiência do regime comunista, não teve “cacife” para acompanhar os Estados Unidos. Emblemático o discurso de Reagan em Berlim: “Senhor Gorbatchov, derrube este muro.” A lição da queda do muro de Berlim e suas consequências ressaltam, principalmente, que nenhum país pode progredir sem respeito às liberdades e o pleno exercício da democracia.A queda do muro de Berlim foi a revanche do indivíduo contra o despotismo comunista. E sua derrubada só foi possível porque o povo alemão tinha a educação necessária para compreender isto. Lição que falta ao nosso país.
Texto adaptado de José Celso de Macedo Soares
Texto adaptado de José Celso de Macedo Soares